O engenheiro Elifas Gurgel do Amaral, que já presidiu a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), há três anos se dedica exclusivamente a viabilizar o carro elétrico no Brasil. Em 2008, instalou baterias num Gol G4 1.0 flex, que passou a funcionar só com eletricidade seis meses depois. Agora trabalha no desenvolvimento de um kit para conversão de veículos a combustão em elétricos, que deve ficar pronto até o final do ano, e também no projeto de fabricar, carros plugados na tomada nacionais.

Como surgiu a ideia do kit?
Depois que finalizei o Gol, comecei a receber diariamente manifestações de apoio das pessoas. Boa parte tinha interesse em converter o próprio carro ou até de comprar um pronto. Calculamos ter recebido mais de 800 interessados. Com toda essa demanda, resolvi, a curto prazo, desenvolver o kit e a longo, construir a fábrica.

Quanto o produto custará e como funcionará?
O cliente poderá escolher entre o kit com baterias de chumbo, que oferece autonomia de 90 km e que deve custar cerca de 13 000 reais, ou um conjunto com baterias de íon lítio, com o qual se pode circular até 130 km e deve sair por 30 000 reais. São estimativas, mas os valores são competitivos quando comparados aos gastos para se importar os componentes de maneira independente. O kit não inclui mão de obra, mas terá um manual com o passo a passo que deve ser executado por profissionais especializados.

Onde pretende instalar a fábrica?
Inicialmente em Fortaleza (CE), pois estou em negociação para uma possível parceria com a Companhia Energética do Ceará e com o Banco do Nordeste. Também já tentei acordos com a Fiat e General Motors para comprar carros sem o motor a combustão e convertê-los já na fábrica, otimizando tempo e recursos, mas ainda não obtive sucesso.